Nem tudo que seduz é ouro;
Às vezes é palpitação.
Nem tudo que reluz é ouro;
Às vezes é amanhecer.
Nem tudo se reduz a ouro;
Às vezes é Amazônia.
Nem tudo que reluz é ouro;
Às vezes é noite.
Nem tudo que reluz é ouro;
Às vezes é amor em chamas.
Nem tudo que reluz é ouro;
Às vezes é mistério.
Nem tudo que reluz é ouro;
Às vezes é pintura de sol.
Nem tudo que reluz é ouro;
Às vezes é uma poça d’água.
Nem tudo que reluz é ouro
Às vezes é teu reflexo.
Nem tudo que reluz é ouro
Às vezes é tirania.
Nem tudo que reluz é ouro
Às vezes é sombra
Que nos seduz.
Nem tudo que seduz é ouro;
Às vezes é movimento.
Nem tudo se reduz a ouro;
Às vezes só a uma esperada esperança.
Nem tudo que reluz é ouro;
às vezes é sol numa velha veneziana.
Nem tudo o que reluz é ouro;
Às vezes é sinalização d’um barco.
Nem tudo que reluz é ouro;
Às vezes é uma estrela, às vezes é um novo sonho.
Nem tudo que reluz é ouro;
Às vezes é chuva bendita que molha o que já morreu.
Nem tudo que reluz é ouro;
Às vezes é amanhecer indo embora, deixando as mãos vazias para quem não encheu o coração.
Nem tudo que reluz é ouro;
Às vezes é pneu.