
No seco do meu coração
Plantei.
Nasceu cacto.
Regador sem furo
Reguei.
Sol forte
Protegi
A mim e a meu cacto.
Desmaiei.
Passou alguém
Levou meu cacto.
Fiquei no seco
No seco fiquei.
No seco do meu coração
Plantei.
Nasceu cacto.
Regador sem furo
Reguei.
Sol forte
Protegi
A mim e a meu cacto.
Desmaiei.
Passou alguém
Levou meu cacto.
Fiquei no seco
No seco fiquei.
Cai o pano, cai a farsa Cai a mentira, a injúria Saindo agora o de cima Ficamos nesta penúria. Quem quererá o poder? O rico tem pouco tempo O pobre nem tempo tem O culto não perde tempo E o santo só diz Amém. O homem aí não se mete A mulher nem dá palpite O jovem só na internet O idoso nada transmite. Quem quererá o poder? O trabalhador é cansado O preguiçoso também O filósofo só quer pensar E o cristão sai para rezar. Quem quererá o poder? O branco é muito nobre O preto é muito pobre O estrangeiro não pode O mulato, indiferente. Quem quererá o poder? Discurso de botequim, Inflamado de razão Com o dono Seu Joaquim Na presença de Seu João Só pra o vento saber Quem é digno do poder. A professora explica E o Doutor até justifica O Juiz a sentença aplica E o Gari, sem entender Quem caminha pro poder. Os homens de BEM dizem Não As mulheres de PAZ dizem Não Os cultos dizem Não Os pacíficos dizem Não Mas quem ficará no poder? Se ninguém mais quer o poder Com quem ficará o poder? Pra poder mudar o poder Qu’enfrentará o poder? Fica comigo, contigo Com o senhor talvez? Ao menos uma vez E não precisa outra vez. Aceitaria o poder? O poder pode e engrandece O bolso e o orgulho De quem pode e quem não pode Por amizade, por troca Por uma simples fofoca É o caminho do poder Aceitaria poder? Eu não quero, não Senhor Eu sou um homem de bem Digno e muito honrado E muito bem-humorado Por isto Mais seguro é Só falar Porque indo para “Lá” … O Poder pode me testar E a minha honra eu Vender Igualando-me no poder E a minha hipocrisia eu perder... Então, ... Que fique ... Quem já está no poder! Fpolis(SC) 17/01/2006